Sou ligada ao terceiro setor já faz um tempo e acho que é um desses laços que vou manter comigo vida afora. Já pintei rosto de criança, ajudei em evento, dei vacina na paraisópolis, fiz dobradura, publiquei texto, ajudei transcrições, servi pipoca pra velhinho, entre outras coisinhas.
Algumas das coisas que fiz foram incríveis e marcaram a minha vida. Algumas foram incríveis para os outros, e a mim nada mais foi do que um dia de se doar. Porque no fundo, a ajuda social é uma troca. Você se doa, mas aprende, e muito.
Acho que tudo começou porque passei a olhar a minha volta, naquelas crises de adolescente, e pensar “poxa, porque será que tenho tanto e tem gente que tem tão pouco? Porque será que fui escolhida? Isso é sorte?”
Claro que nunca encontrei a resposta, e nem sei se a procuro mais. Decidi que se eu tenho tanto, não custa dividir. Doar. Me doar. Dá forma que for, quando der. Sou dessas que acredita em tudo um pouquinho: em energia, na próxima vida, no presente, em meditação, Deus, sorte, e acredito no ser humano, na mobilização social, num mundo melhor.
Se cada um plantar uma sementinha, e regar, teremos uma primavera florida no futuro. Pode apostar.
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